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Nesse mar agitado, a vida
de hoje, não é muito fácil um encontro entre nós. Aproveito a oportunidade para
dirigir-lhe palavras que espero serem uma fonte de esclarecimento.
Não pense que vem, à
baila, frase como esta: “no meu tempo, o noivo não tinha liberdade de sentar-se
ao lado da eleita”. Nada disso! O mundo não pára e o progresso também. Meu
tempo está muito longe do seu, o que não impede que, juntas, procuremos
entendê-lo.
Agora, tudo é comum:
esporte, estudo e trabalho. Acabou-se o tempo da separação de moças e rapazes
por uma divisória. A própria vivência moderna provoca, a cada instante, ocasiões
de encontro.
Nenhum mal haverá nisso,
se procurarem o verdadeiro sentido de tal aspecto.
Tudo, na vida, tem seu lado
bom, mas também o mau.
Sendo o homem e a mulher
duas metades diferentes, mas complementares, devem mesmo viver juntos.
Completando-se é que se entendem. Só assim formarão outro mundo mais feliz do
que este.
O homem possui
inteligência diferente da mulher. De um modo geral, esta é intuitiva, aquele,
intelectual.
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Enquanto o homem
raciocina, a mulher sente. Mas sensibilidade e raciocínio são caminhos que
levam à posse da verdade.
Os costumes atuais,
portanto, podem facilitar uniões matrimoniais bem mais acertadas que as de
outrora, se a escolha se fizer com critério.
A felicidade tão almejada
se firmará no conhecimento e respeito mútuos. Uma clarividência anterior ao
casamento evitará surpresas desagradáveis.
Conhecendo, em solteira,
a psicologia masculina, a jovem não sonhará com o príncipe encantado que
partilhe de todas as nuanças de sua sensibilidade e, depois de casada, não se
julgará infeliz. A insistência em querer receber do esposo manifestações
femininas pode criar um drama ao invés de cultivar harmonia.
Bem sei, minha querida
jovem, que pôr em prática a aceitação do comportamento do homem na sua idade é
uma prova dura, pois exige paciência e força de vontade. Mas não se esqueça de
que só vence quem, realmente, deseja.
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Fato idêntico se dará com
o marido que escolher para esposa não a autêntica companheira, mas uma romântica.
O triunfo do casamento
tem suas regras. Só se convive bem com o rosto descoberto. A vida em comum se
reverte em benefício se houver sinceridade. E essa atingirá as raias da
fidelidade, se cada cônjuge for rigoroso consigo mesmo, repudiando, no tribunal
interior que se chama consciência, todas as pequenas farsas que não condizem
com a pessoa digna.
O importante na vida é
que os dois se conheçam para que se compreendam mutuamente e, compreendendo-se,
encontrem o segredo da harmonia no lar.
Seu futuro esposo não
será conquistado com artifícios, que facilmente caem, mas com franqueza e
lealdade.
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Tenha cuidado com seus
ares e vestimentas. Empreste-lhes um aspecto de elegância e beleza, mas não um
aspecto tentador. As audácias femininas é que provocam a audácia no homem.
Serão sinceras ou
ingênuas as moças que afirmam nada de mal verem nos trajos provocantes? Será
inteligente aquela que, depois de uma noite festiva, se julga com a consciência
tranquila, mas carrega a responsabilidade de faltas graves, cometidas por
alguém por ela insinuado?
Defenda-se contra os
assaltos que vêm de fora, mas também contra os de dentro. Os vícios se tornam
tão dominadores quanto prejudiciais. Crie forças para combatê-los. O uso do
cigarro, do álcool e dos esportes violentos causa males aos órgãos e mais
depressa ao sistema nervoso. E você, minha jovem, não deseja ficar cansada de
viver antes de ter vivido.
As amizades de hoje irão
marcá-la para o resto da vida. Que poderão interessar-lhe as companhias
duvidosas de moças e rapazes que não respeitam nem a si mesmos, que têm medo de
ouvir em voz alta recordações duvidosas e sentimentos proibidos? As amizades
marcadas pela beleza moral enriquecem porque, na espontaneidade das trocas, dão
o melhor de cada um.
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Não sei se você já pensou
nisto: os professores não dão cultura, mas desenvolvem o gosto para conquistá-la.
Cultura é trabalho puramente individual. Substitua as leituras de lata de lixo
pelas que instruem. Você está no começo da vida e não precisa chafurdar na lama
para conhecê-las. O livro que se obstina em mostrar o que não tem valor não é
leitura para sua idade, porque pode arruinar-lhe a alma e tirar-lhe a
indispensável confiança na vida.
Organize seus passeios,
tenha a liberdade de organizar suas festinhas, de possuir amizades com
autorização de seus pais, mas, antes, pense bem nas palavras deste nosso
encontro para que espontaneamente saiba defender-se e progredir.
Palavras a uma jovem
Por Olga Brandão Cordeiro
de Almeida
Fonte:
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