;”>Educação não consiste apenas em boas maneiras, é algo mais amplo, mais profundo, porque envolve o desenvolvimento da vontade, os problemas da saúde física, da higiene mental, da formação moral. Olga Brandão de Almeida;

Sentimento de culpa - Por Olga Brandão de Almeida

Muitos males resultantes dos desajustamentos teriam remédio, se houvesse a coragem de um sentimento de culpa.

Se o homem é um ser moral e vive num ambiente ético, todos os seus atos devem ter um índice de valor positivo ou negativo cujas consequências variam na razão direta.

O adulto com senso de responsabilidade se impõe deveres e cumpre-os por mais insignificantes que sejam; não procura inocentar as faltas com motivos fúteis; não mente aos outros nem a si mesmo; não graceja com coisas sérias.

Por tudo isso é impossível colocar os conflitos humanos no campo psicológico, banindo o fator moral.

O indivíduo só não assume a responsabilidade de seus desacertos nos casos dolorosos de ausência de sanidade mental.

Pouco adiantam os conselhos do psiquiatra, se o paciente não compreender que, despido de virtualidades, atrairá como um ímã soluções erradas para seus problemas. É difícil, não resta a menor dúvida, alcançar, numa situação embaraçosa, sentimentos nobres.

Vive o homem numa densa atmosfera de vaidade e egoísmo proveniente de uma falsa educação de vários séculos. Mas a criatura esclarecida sabe colocar o consciente num plano superior ao do subconsciente e superar os tristes casos em que num momento de fraqueza se deixou envolver.

Urge que o progresso do mundo acompanhe os sentimentos elevados para que todos se compreendam e desfrutem uma vida melhor.

Nos conflitos matrimoniais que provocam a separação, por que não reconhecer a culpa de um dos cônjuges, ou a dos dois? Só assim haveria uma base para solucionar os casos por uma forma humana, sem parcelas de egoísmo, visando à estabilidade do lar e preservando o futuro dos filhos. Mas para isso é necessário adquirir forças capazes de atrair bons sentimentos como generosidade, espírito de tolerância e até mesmo comiseração.

Erram os que pensam que a amizade entre duas pessoas está na base de uma confiança absoluta. O ser humano, cuja força que o anima é partícula do Grande Foco, está sujeito às circunstâncias do meio e evidentemente seus conflitos são puramente morais, só tendo uma solução racional se houver um reconhecimento de culpa seguido de um ato de generosidade.

Para aqueles a quem falta a coragem de uma confidência, aqui vai um conselho, digo, fórmula que constitui belo símbolo de virtude: “Na Provença antiga, antes do acender das luzes na noite de Natal, apagavam-se os candeeiros. No pudor da escuridão, reconciliavam-se, com um beijo, aqueles que, no decorrer do ano, tinham sido apartados por desavenças”.

Sentimento de culpa
Por Olga Brandão de Almeida

Fonte:

Poderá gostar de conhecer:
 Atavismo