;”>Educação não consiste apenas em boas maneiras, é algo mais amplo, mais profundo, porque envolve o desenvolvimento da vontade, os problemas da saúde física, da higiene mental, da formação moral. Olga Brandão de Almeida;

Atitudes que definem - Por Olga Brandão de Almeida

Se a finalidade da vida é o aperfeiçoamento, não devemos adquirir complexo de inferioridade, mas desenvolver interesse pelos nossos semelhantes, senso comum e coragem.

A vida não pode fugir às leis naturais: tudo deve manter-se em equilíbrio, até os sentimentos. Os complexos, tanto de inferioridade como de superioridade, índices de pessoa anormal, são a causa dos desajustamentos sociais. Somente os ignorantes atribuem ao próximo a causa de seus males. Também não se corrige um erro, fugindo da sociedade, mas procurando conhecer-se.

Vida social, casamento e trabalho são, em cada indivíduo, situações que o definem, levando-o ao fracasso ou ao sucesso. São atitudes capazes de destruir ou criar uma existência feliz. Acham-se tão intimamente ligados que o fracasso de uma parte acarreta o prejuízo do todo.

Sem tal esclarecimento, não é de estranhar os inúmeros desajustamentos matrimoniais que se espalham por todos os recantos. São reflexos do desequilíbrio em que se encontra, atualmente, a sociedade.

Sem reconhecer o direito de liberdade de outrem, jamais alguém terá relações íntimas e duráveis.

Encontram-se, no casamento, as mesmas obrigações e dificuldades, as mesmas alegrias e sofrimentos que surgem na vida social. É um grave erro, portanto, considerá-lo como libertação aos deveres e sacrifícios e esperá-lo como se fosse um paraíso onde tudo corresse conforme se deseja.

O casamento exige, muito mais que a sociedade, identificação a outra pessoa, além de forte simpatia. Mas essa rara simpatia não basta. O importante é que sejam bem aceitos os deveres, tendo-se em vista sempre o interesse do outro cônjuge. Quem nunca se ajustou socialmente, jamais se ajustará ao matrimônio.

O sentimento social deve ser incutido desde a mais tenra idade, pois carece de tempo para desenvolver-se e não será apenas o instinto sexual que o modificará.

Toda criança-problema tem complexo de inferioridade, qualquer que seja o aspecto: a mentirosa não tem coragem de dizer a verdade, e a vadia, exclui um importante dever — trabalho. Adultos cuja infância foi cercada de mimos desajustam-se ao casamento porque vão exigir do cônjuge igual tratamento. Essa situação poderá conservar-se durante o namoro e os primeiros anos de núpcias. Depois, quando notam que rareiam os mimos, sentem-se incompreendidos e fogem à realidade.

No casamento não há lugar para dominação. Quando um dos cônjuges se julga um instrumento nas mãos do outro, retrai-se e, a partir desse momento, termina a intimidade, a confiança e… também o amor.

A verdadeira afeição matrimonial identifica os esposos numa reciprocidade tão perfeita, que cada um desprende de si os próprios desejos para dedicar-se ao outro, respeitando-lhe sempre o modo de ver e sentir.

Apesar da nossa falta de preparo, o casamento poderá ser encarado acertadamente, desde que duas pessoas reconheçam os próprios erros e, com espírito esclarecido, procurem corrigi-los.

O demorar na escolha da profissão, o começar e não terminar um trabalho revelam desajustamento.

O indivíduo só estará preparado para o casamento, se tiver um emprego e nele progredir. Parecendo, à primeira vista, algo de pouca importância, é bem significativo.

Todos são livres sob condição. Qualquer um é livre quanto à escolha da profissão, mas somente encontrará fracasso, se lhe faltar capacidade.

Atitudes que definem
Por Olga Brandão de Almeida

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