A vida só tem significação quando consiste na procura e
aquisição de valores.
Há necessidade de proporcionar aos jovens valores condignos para
que eles possam escolher. Valores não se adquirem sob pressão, mas sob
estímulo. E estimular é sugerir valor pela força do exemplo.
A honestidade dos pais levará os filhos, em devido tempo, ao
mesmo caminho.
Importa compreender que o indivíduo é senhor da própria vida
para não cair na infantilidade de atribuir os males ao próximo ou ao destino.
A partir da puberdade, o ser humano não imita passivamente como
na infância; procura conhecer o mundo, o valor dos atos e situações em futuro
próximo ou remoto para tomar uma direção.
É justamente nessa fase que encontra o drama, porque surgem
valores de natureza espiritual, material e social.
Trava-se, então, verdadeiro conflito íntimo, pois as forças
exteriores muitas vezes vão de encontro ao que o espírito escolheu mesmo antes
do nascimento.
Quando um espírito esclarecido encontra uma diretriz, mas é
desviado pelas paixões, sofre muito ao deparar com os obstáculos aos seus
anseios da liberdade, da justiça e do bem.
A mentira, o furto e a desordem são reflexos do espírito sem
rumo, mas precisando de pouso para refletir. Tal pouso se encontra num clima
onde se respira justiça e respeito.
Embora de natureza rebelde, os jovens desejam submeter-se a um
objetivo, a um ideal. Por compreenderem de um modo confuso atos e situações é
que encontram dificuldade nas tentativas.
— Além disso, como poderão realizar qualquer coisa de bom num
mundo de tumultos?
Surge um mundo novo à espera de que ninguém seja excluído, mas
todos tenham que se responsabilizar pela própria vida e pela do próximo.
De outra forma a juventude resvalará fatalmente para a
perversão, para a baixa política.
É perigoso encaminhar os jovens onde os valores espirituais são
renegados.
Embora a juventude simpatize com os sentimentos de sinceridade,
honra e coragem, se não for disciplinada, reagirá de um modo oposto,
atirando-se aos lazeres perigosos.
É um erro julgar que a liberdade excessiva livra os jovens das
neuroses. A prova disso é o que está acontecendo. Não é no abandono que
conseguirão uma mentalidade sadia para assimilar e resolver conflitos e
problemas.
A intranquilidade que revelam é desejo de fixar personalidade,
que significa realização de valores. Mas para consegui-la, quantas
contradições, quantos desvios de que mais tarde se arrependerão!…
E quem na mocidade não conseguiu dominar os impulsos, com muita
dificuldade o conseguirá na idade adulta.
A própria escolha da profissão depende do valor elaborado
durante a adolescência.
Atualmente, a juventude é mais experiente, por natureza, alegre
e rica de energia, mas nem por isso deixa de precisar da orientação dos mais
velhos nas diferentes atividades e costumes.
Velhos e moços têm que caminhar de mãos dadas num intercâmbio de
valores para estabelecer o equilíbrio entre a tradição e o progresso.
A adolescência, por ser uma fase de transição, é indefinida.
Precisa de rumo, que procura no convívio dos companheiros ou adultos por quem
simpatiza. E quantas vezes a escolha de valores resulta das boas companhias!
Os adolescentes têm que adquirir relativo volume de
responsabilidade e ajustar-se às inevitáveis limitações da vida em relação ao
próximo. E muito lucrarão com isso, pois evitarão um desgaste inútil de
energias e perda de alegria.
Urge conduzi-los ao terreno da reflexão.
Fazendo somente o que lhes apraz, sem uso do raciocínio,
tornam-se intoleráveis, desperdiçam o tempo, não sentem gosto pelas boas
leituras, não reconhecem a importância dos valores.
Jovens desorientados são presas fáceis dos líderes da corrupção.
Pais e professores devem possuir altos níveis de comportamento
para impressionarem a juventude com um fim único: o aperfeiçoamento, que vale
tanto quanto o desejo de procurá-lo.
Se os novos têm muita coisa que aprender dos velhos, dotados de
experiência, para recompensá-las, prestam-lhe valioso auxílio, abrindo novos
caminhos com a força dinamizadora de que são dotados.
Não corrompidos, são forças vivas de entusiasmo e progresso.
A importância dos valores
Por Olga Brandão de Almeida
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