Urge que se faça a criança ou o adolescente compreender que cada
direito corresponde a um dever e, mais ainda, que o não cumprimento do dever
implicará na perda do direito; mas esse fato não será encarado como vingança
nem o direito perdido reverterá na privação de tudo que diz respeito às
necessidades vitais. Isso já constitui um programa de educação cujos resultados
serão satisfatórios.
Se a função da família é de assistência e proteção, não custará
muito conduzir a criança de modo que ela compreenda que os direitos assegurados
devem ser correspondidos com a colaboração na vida do lar.
Compete aos filhos,
desde cedo, participar das tarefas domésticas e às crianças criar hábitos de
trabalho, mesmo que haja em casa serviçais. O dever de trabalhar é inerente à
vida humana. Por que não orientar os filhos para a realidade da vida,
ministrando-se culinária às moças e reparo nas peças domésticas aos rapazes?
Vai longe o bom tempo em que se distribuíam tarefas caseiras às
filhas e cada uma tinha a sua semana: a da cozinha, da arrumação. Por que
esqueceram as mães esse dever tão útil quanto econômico?
Os parasitas, em sociedade, são reflexos de indivíduos que se
desajustaram, porque nunca se exercitaram no trabalho, enquanto viveram sob os
cuidados dos pais.
Aos quatro anos, a criança já pode executar serviços leves — o
que lhe proporcionará uma segurança em si capaz de ajudá-la a vencer as
primeiras dificuldades.
Pedir um auxílio, em qualquer atividade doméstica, é um direito
dos pais e atender ao pedido, um dever dos filhos.
Todos os deveres, quer materiais, sociais ou espirituais, devem
ser cuidados, com especial carinho, pela família. Os sociais serão abordados
sempre em ocasião oportuna. “Você bateu no companheiro e, por isso, vai levar
uma surra” é fórmula não só condenável como prejudicial, que não está
compatível com a dignidade do educador.
Explicar, porém, à criança que ela
ficará privada de brincar com o companheiro, enquanto conservar o hábito tão
feio de bater nos outros, é atitude de quem, realmente, deseja educar. Tal
observação será feita de modo incisivo, com tranquilidade e sem sermão. Algumas
vezes, se a briga não apresentar consequências, é aconselhável fingir que nada
foi percebido.
Não vivam os pais a vida das crianças. Deixem-nas no seu próprio
mundo maravilhoso, cheio de alegrias e despido de preocupações, mas nem por
isso as abandonem, entregando-as a seus próprios impulsos.
Direitos e deveres
Direitos e deveres
Por Olga Brandão de Almeida
Fonte: Livro Caminhos Certos
Poderá gostar de conhecer:
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