Jamais a criança e o
adolescente foram tão valorizados como nos tempos que correm; nunca os
educadores precisaram tanto de técnica para dirigi-los, como na atualidade.
Torna-se urgente
modernizar e aplicar normas educativas que visem o verdadeiro objetivo: a
formação do caráter.
Promessas, ameaças e
castigos corporais são meios falsos que enfraquecem a autoridade e não
esclarecem o sentido do dever. Educar não é somente castigar, mas, principalmente,
corrigir e dirigir.
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Urge que se dê à criança
e ao adolescente uma norma de conduta em que a espontaneidade resulte do livre
arbítrio bem aplicado. Esse não cede às exigências do temperamento, mas
purifica o caráter pelas vitórias alcançadas sobre os impulsos que tanto
desvalorizam o homem.
A vida atual tem
influenciado poderosamente no comportamento das crianças e dos adolescentes,
que se tornam, dia a dia, exigentes, indisciplinados, autoritários. Mas, para
dirigi-los existem os educadores que têm o dever de reagir contra tais
tendências altamente prejudiciais, por arrastarem ao egoísmo.
Educadores e educandos devem conduzir-se em perfeita interdependência. Será possível transmitir o sentido do dever se o educador não for obediente aos princípios básicos de conduta? É possível imprimir o valor da lealdade quem leva uma vida cheia de mentiras? Não se compreende que uma pessoa desorganizada possa exigir ordem de seus subordinados.
Educadores e educandos devem conduzir-se em perfeita interdependência. Será possível transmitir o sentido do dever se o educador não for obediente aos princípios básicos de conduta? É possível imprimir o valor da lealdade quem leva uma vida cheia de mentiras? Não se compreende que uma pessoa desorganizada possa exigir ordem de seus subordinados.
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Os pais têm obrigação de
transmitir aos filhos as responsabilidades que lhes pesam aos ombros, mas sem
tiranias, nem humilhações.
A criança é maleável e se
adapta facilmente ao meio ambiente, desde que sinta segurança e afeição. Nada
de ofensas! Momento infeliz é o do pai que se dirige ao filho com estas
palavras: “Você só diz asneiras. Não faz nada que se aproveite”.
O adolescente, como a
criança, querem ser levados a sério. Dar-lhes a responsabilidade de certos
encargos é despertar-lhes iniciativa e direção.
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Compreensão deve ser o
ponto alto do educador. Sempre a boa medida: energia, firmeza e moderação.
Todos os passos do educando devem ser observados, todas as oportunidades,
aproveitadas, visando sempre a uma vida digna.
A educação começará na
primeira infância com o desenvolvimento de hábitos de base: ordem, limpeza,
boas maneiras, lealdade e trabalho.
O sentido do dever conduz,
naturalmente, à responsabilidade dos atos praticados. Dobram-se os caprichos
diante da regularidade com que são executadas as tarefas domésticas. Para bem
conduzir, melhor será lembrar que mandar. Frases como estas desarmam a criança,
enfraquecendo-lhe a oposição: “Já foi tirada a mesa do café? Não é hora de
arrumar os quartos?”
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O esforço realiza
admiráveis transformações porque fortalece a vontade.
O sentido do dever
resulta da formação do caráter, que sofre a influência das relações, não só
familiares como escolares e sociais. Mas, acima dessas influências paira o
imperativo na direção do comportamento, dada pelos pais.
O castigo justo às
infrações fortifica o sentido das regras estabelecidas, longe de provocar
revolta. Em cada lar, em cada escola, deve haver um código que vise à boa
formação do caráter.
Os lares onde impera a
tirania, longe de cultivarem os valores morais, geram mentira e
irresponsabilidade, verdadeiras pragas dos males sociais.
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Nas obrigações impostas
pelas leis morais, espirituais e civis, deve estar sempre presente o sentido do
dever.
Não deixem, portanto, os
pais de cumprir o mais alto dever: o de educar os filhos para que, mais tarde,
não venham lastimar-se por não terem conquistado deles o conforto da afeição e
do capricho; para que mais tarde não venham sentir desilusões e sofrimentos.
O sentido do dever
Por Olga Brandão de Almeida
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