O mundo anda convulsionado. Enfrentam-se a coragem e a covardia,
a dignidade e a corrupção. Impaciência e intolerância andam de mãos dadas.
Ninguém suportará tal ambiente, se não conservar o domínio do
interior, a paz de espírito, tão necessária à sabedoria de viver.
Como espíritos, todos têm suas tarefas que, embora nem sempre
percebidas, são muito importantes.
Impõe-se que o indivíduo se convença de que os passos dados na
vivência diária repercutem nos acontecimentos futuros e que, direta e
indiretamente, ele é responsável por tudo que lhe acontece. Justificar os
erros, atribuindo-os ao destino ou à provação, segundo alguns, é querer
enganar-se a si e ao próximo.
Sem essa convicção, desaparecerá a necessidade de lutar pela
vitória.
Não adianta pedir a proteção de Deus, porque dela tudo se tem:
raciocínio, livre arbítrio e vontade. O que importa é abastecer-se de
pensamentos de valor, resoluções acertadas, prática de boas ações. Convencida
disso, a pessoa não mais correrá atrás de ilusões.
Conseguir o controle do interior é estabelecer equilíbrio entre
as sugestões que a vida oferece e o que deve ser aceito de acordo com o bom
senso.
Neste mundo agitado, onde todos correm e os veículos voam à flor
do solo, nada melhor que, de quando em quando, parar um pouco para fazer um
balanço do abastecimento interior. Nesses momentos de reflexão, é bom
compreender que não adianta querer modificar a vida, medindo defeitos ou
exagerando qualidades; é ótimo descobrir que se melhora a vida, trabalhando por
ela através do aperfeiçoamento pessoal, sem medos pessimistas nem prazeres
tolos.
Esses não deixam perceber o mal. É ainda útil esclarecer-se quanto ao
próprio ajustamento social que se manifesta quando o indivíduo é capaz de ver
em si o que os outros fazem, ouvir o que dizem e sentir o que sentem seus
semelhantes.
A vida humana é tão limitada que não haverá progresso sem um
grande esforço e espírito de colaboração. Todos os problemas pessoais são, no
fundo, sociais e, por isso, é de grande importância que as capacidades
individuais se reúnam, convergindo para o bem da espécie humana.
Todos nós erramos, mas o que importa é enxergar e corrigir os
próprios erros.
Embora a correção dos erros seja mais fácil na infância e
adolescência, podemos fazê-la em qualquer idade, relembrando os fatos passados
naquele episódio.
Os indivíduos corajosos que possuem confiança em si e sentem-se
bem na vida são beneficiados. Mas os que não têm uma atitude mental que os
conduza à solução de seus próprios problemas formam individualidades voltadas
para o lado inútil da vida, são os derrotados e constituem os grupos de ébrios,
doentes mentais e criminosos.
Da necessidade de refletir
Por Olga Brandão de Almeida
Fonte:
Poderá gostar de conhecer: